No Reino Unido está lançado o pânico terrorista. Após o anúncio da proposta de escuta ao Email e das inúmeras detenções que todos os dias se repetem, eis que o Governo Britâncio anuncia que vai 'vigiar' as vidas de todos os muçulmanos residentes no país, por forma a prevenir futuros atentados. O mais curioso é o que se a seguir se transcreve de uma notícia:
«Nas imagens captadas em 1998 vê-se Mohammad Sidique Khan a mediar um conflito entre três jovens. Um dos homens que se fez explodir em Londres a 7 de Julho trabalhava então como conselheiro juvenil no centro comunitário de Tunstall-Road em Leeds. Em 2001 foi contratado como assistente numa escola primária da cidade. Chegou a ser investigado pelos serviços secretos britânicos devido à alegada preparação de um atentado numa discoteca de Soho, em Londres. Mas as autoridades não o consideraram uma ameaça para a segurança nacional e, por isso, não ficou sob vigilância. Mohammad Khan fez-se explodir numa estação de metro de Londres, matando seis pessoas.»
Considero muito curioso que alguém que já foi considerado suspeito de preparar um acto terrorista não seja considerado uma possível ameaça para a segurança nacional... Há algo de muito perverso nisto tudo, ainda para mais quando verficamos que este indivíduo trabalhava directamente com crianças e era mediador de conflitos...
Simultaneamente chegam-nos os seguintes resultados de um estudo de opinião:
«Na edição de hoje do jornal The Guardian é publicada uma sondagem que revela que dois terços dos britânicos consideram que os atentados estão directamente relacionados com o envolvimento da Grã-Bretanha na guerra do Iraque. Neste estudo, 33 por cento considera que Tony Blair tem uma "grande responsabilidade" nos atentados de Londres e 75 por cento acredita ser provável a realização de novos ataques. Razão pela qual, 71 por cento dos inquiridos pede ao Governo que expulse os muçulmanos estrangeiros que incitam à violência.»
Creio que isto é um problema não só dos tempos modernos, mas inerente à própria humanidade: remedeia-se mas não se previne, e depois de casa roubada, trancas às portas.
Este clima de rejeição e xenofobia que se começa a difundir cada vez mais, atinge novos limites quando uma célula terrorista da Al-Qaeda faz um último ultimato à Europa, estabelecendo o prazo de um mês para que todas as tropas sejam retiradas de solo iraquiano, prazo esse que termina a 15 de Agosto. Mas quando as ameaças não se referirem à ocupação do Iraque, passam a ser sobre o Afeganistão ou outra qualquer zona dessa região. E, para nos preocupar ainda um pouco mais, surge ainda outra notícia: «Os três bombistas britânicos de origem paquistanesa (o quarto é de origem jamaicana) dos atentados de 7 de Julho em Londres visitaram o Paquistão no ano passado, confirmaram hoje os serviços de imigração de Carachi, capital económica paquistanesa. Os serviços secretos de Islamabad estão a investigar a possível "ligação paquistanesa" dos atentados de Londres, que a 7 de Julho fizeram pelo menos 55 mortos e 700 feridos.»
E agora? A apregoada necessidade de diálogo entre o ocidente e os fundamentalistas islâmicos parece estar completamente fora de questão, sendo que é discutível a eficácia dessa medida. Não parece razoável o envio de mais tropas para o Médio Oriente, pois isso iria aumentar cada vez mais o clima de instabilidade já existente. No Iraque assiste-se a uma verdadeira calamidade com dezenas de atentados e vítimas diárias. O que é que podemos fazer? Será que isto só vai lá com uma bomba?? Fora de brincadeiras, expressem a vossa opinão sobre este tema que afecta e envolve toda a nossa 'aldeia global'...

Excertos de notícias retirados de http://www.sic.pt e http://www.sapo.pt